Ibitipoca-MG: Explorando o Roteiro das Águas

Lugares misteriosos e exóticos acessíveis a todos os visitantes do parque


Cheguei no Parque Estadual do Ibitipoca pela tarde, me restando tempo apenas para montar meu acampamento na área reservada ao camping e partir para conhecer alguma trilha curta. Existe uma regra que proíbe os visitantes de perambular nas trilhas após o fechamento do parque, o que acontece às 18h00. 


ROTEIRO DAS ÁGUAS

Dos três roteiros do parque (das Águas, da Janela do Céu e do Pico do Pião), este é o mais curto, tendo 5 km todo o percurso. Oficialmente o roteiro inclui: Gruta dos Coelhos, Lago dos Espelhos, Ducha, Lago Negro, Prainha das Elfas, Prainha, Gruta dos Gnomos, Lago das Miragens, Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos e Rio do Salto. Eu adaptei e organizei meu próprio roteiro, considerando o tempo de quem chega no parque numa sexta feira à tarde e sairá no domingo pela tarde.

Meu roteiro das águas segue direto para a trilha da Cachoeira dos Macacos (ida e volta = 3 km)


Partindo do restaurante, basta seguir as placas para a Cachoeira dos Macacos


A trilha inicia sobre a pedra, seguindo as águas que escorrem ao lado do paredão


LAGO DAS MIRAGENS E SUA LENDA

O córrego ao qual a trilha segue beirando é na verdade um lago (!). Pois é, apesar de formar alguns poços pelo caminho, não entendi o motivo pelo qual o Lago das Miragens não é chamado de rio, ou mesmo Córrego das Miragens...

Este córrego, na verdade, é chamado de Lago das Miragens


Existe uma lenda indígena contada pelos antigos da seguinte forma: "O grande Chefe da Tribo dos Coroados morreu em combate com o Chefe dos Pitás. Disputavam o amor da índia Pitás. Por não tirar seus olhos dos olhos de sua amada durante o combate, o Chefe dos Coroados foi ferido mortalmente. A jovem ao ver seu amado à morte, debruçou-se ao seu ombro. O Chefe Pitás, então, afastou-se em sinal de respeito. A índia deixou-se morrer de dor". 

Poços desenham imagens das pedras nas águas


O paredão de pedras parece que foi talhado pelo homem, ou seria uma miragem?


Da lenda surgiu a crença que, após a morte, os espíritos encarnaram nas pedras, nas águas e nas montanhas. O Lago das Miragens, local do combate, formaria miragens que sugerem imagens daquele casal nas silhuetas do lugar.

Nos dias quentes essas águas escuras atraem os visitantes para um mergulho


O parque disponibiliza boias próximas aos locais de banho profundos


PONTE DE PEDRA

Seguindo as placas pela trilha que beira o Lago das Miragens se chega nessa ponte natural que pela parte de cima atravessa em direção à Cachoeira dos Macacos e pela parte de baixo dá a impressão de ser um túnel por onde a água corre morro abaixo. É um bom começo para se conhecer a geologia do parque que exibe imensas cavernas.

As águas do Lago das Miragens desce até passar por baixo da ponte natural


Um gigantesco túnel projetado pela natureza


A vegetação cresce nas paredes, sendo iluminada pela luz dos dois lados


A beleza do lugar supera qualquer imagem registrada pelas câmeras


MIRANTE

Continuando a trilha que passa por cima da Ponte de Pedra, depois de caminhar um pouco, se passa por um mirante feito pela administração do parque para apreciar a paisagem da região e perceber a extensão das águas que correm do Lago das Miragens.

O pôr do sol pode ser visto deste mirante feito de madeira


As águas escuras e abundantes da região do Ibitipoca


CACHOEIRA DOS MACACOS

A trilha cruza as águas que descem, pois é necessário mudar de margem para se chegar na Cachoeira e seu poço natural. Este trecho que pode gerar dúvida é devidamente sinalizado com uma placa que aponta para a continuação da trilha. Esta é uma das partes mais bonitas da trilha.

A trilha cruza as águas sendo direcionada pelas placas do parque


As cores das águas formam uma obra de arte nas pedras


Esta passagem é um dos pontos mais bonitos e tranquilos da trilha


Mais 200 metros e se chega na Cachoeira dos Macacos e seu poço da águas escuras


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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.