Chapada dos Veadeiros: As Cataratas dos Couros

As volumosas cataratas do Rio dos Couros que são distantes e imperdíveis


Segundo muitos amantes da Chapada dos Veadeiros, nas épocas de chuva, o grande volume de água faz das Cataratas dos Couros um espetáculo que só perde para as Cataratas do Iguaçu, no Paraná. Nos períodos de seca, porém, este lugar não perde seu status de uma das atrações imperdíveis da Chapada dos Veadeiros.  As quedas d´água acontecem no Rio dos Couros, cujo nome tem origem no passado quando era frequente a caça do veado campeiro. Além da sua carne saborosa, o couro era usado para a fabricação de bolsas, calçados, selas, instrumentos musicais, etc. Nas margens deste rio é que ocorria o enfardamento do couro para ser comercializado.


COMO CHEGAR?

Para chegar não é assim tão fácil. Primeiro você precisa percorrer 19,5 km de asfalto partindo da cidade de Alto Paraíso. Depois disso, existe uma placa na estrada indicando a entrada do caminho de terra, onde é necessário dirigir por mais 26,5 km. É, não há transporte público, é necessário um carro para chegar até lá.

São mais de 26 km pela estrada rural até o Rio dos Couros


No caminho existem entradas para comunidades esotéricas...


... e também de acampamentos de Sem Terras "genéricos"


A estrada de terra tem alguns trechos alagados com grandes poças, mas nada que torne o caminho impossível. Para não atolar, passe pelas laterais das poças. Eu fui guiado pelo GPS até a entrada da trilha. Você pode obter o tracklog no site Wikiloc ou, em caso de dúvida durante o percurso, procure manter sempre o rumo da direita nas bifurcações. O ponto que gera mais dúvida é quando chega na placa que indica o Rio Tocantinzinho. Um pouco mais atrás está a entrada à direita que continua seguindo para Couros.

Placa que indica o caminho a não ser seguido


Ao chegar no destino, os carros ficam estacionados para continuar a pé


AS CATARATAS DOS COUROS 

Na entrada da trilha tem uma cobertura que, eventualmente, é cobrada uma taxa para os visitantes por ser propriedade particular. Quando eu estive lá não havia controle, a entrada era livre. Uma trilha curta e pedregosa desce em direção às margens do Rio dos Couros.

Placa vandalizada na parte que avisa sobre a proibição de acampamento


No fim da trilha já se vê a primeira e incrível catarata que forma piscinas naturais: a Cachoeira da Muralha. As Cataratas dos Couros se dividem em 3 etapas de quedas, mas somente esta é segura para nadar. Para chegar nas demais etapas, a trilha continua pela esquerda, em direção à descida do rio. Deixei o banho para o final e continuei pela trilha que tem quase 2 km no total.

A Cachoeira da Muralha é a primeira maravilha do local


São verdadeiros muros de pedras naturais com quedas d´água


A trilha é nítida ao longo da margem do rio e começa bem tranquila, não precisa de guia. Cada ponto tem sua beleza e permite lindas imagens do show das águas: pedras, corredeiras e a vista da primeira catarata ao fundo.

Vista da cachoeira da Muralha ao fundo das corredeiras


As corredeiras formas várias pequenas quedas ao longo do rio


O contraste das pedras com as águas é digno de ser apreciado


Algumas pedras ao longo da trilha são mirantes das corredeiras


Em certo ponto, a margem some e a trilha segue subindo pelas pedras que margeiam o rio. Só é complicado andar por ali caso você "invente" de andar por fora da trilha, mas se manter o caminho certo, a trilha segue sem problemas, somente com umas subidas, mas não dá para se perder. Em certos pontos existem pedras que servem de mirante para observar a magnitude do Rio dos Couros e suas corredeiras.

A trilha beira as margens até chegar na segunda catarata


As corredeiras são um show!


Vista das corredeiras a partir de um dos mirantes


A queda da segunda catarata vista de cima


Depois caminhar por volta de 1 km, se chega na segunda catarata, que alguns chamam de Almécegas 1000. A força das águas neste local é bem maior que na primeira, ou seja, se você não quer arriscar a vida, é somente para admirar e não para se banhar. A trilha se divide por uma descida até o ponto da queda da Almécegas 1000, em que existem diferentes mirantes, ou continua seguindo de encontro à terceira catarata. A trilha que segue até a terceira é mais complicada de andar e, ao chegar nela, também não é possível entrar por causa da força das águas. Logo, eu retornei para a Cachoeira da Muralha afim resolver o "problema" do calor que assolava o local (e me assolava!).

A trilha se bifurca e desce ao pé da segunda catarata


São vários níveis de tarraços e quedas d´água


Cara a cara: a Almécegas 1000 pode ser vista de frente pela trilha


Em épocas de pouca chuva ainda dá para entrar em alguns pontos da cachoeira


A MELHOR HORA DO DIA

Além do calor da trilha, os mosquitos da Chapada também são abundantes por lá. Voltei para o começo e fui aproveitar o tempo na parte mais divertida das Cataratas dos Couros: a Cachoeira da Muralha. Ela tem esse nome devido às formações geológicas que se assemelham muito a um muro com imensos blocos, como se fossem cortados e empilhados ali de propósito. Em baixo, piscinas naturais são formadas e criam um verdadeiro parque aquático. 

Um exótico paredão de pedras e quedas


O paradisíaco chuveirinho natural formado pelas águas


As "muralhas" foram umas das atrações que mais me surpreenderam


Parece que o local foi todo projetado pela natureza


A parede das cataratas parece feita com blocos de pedra produzidos e encaixados


Atenção: em épocas de chuva, porém, essa parte das cataratas também pode ser perigosa pela força das águas que surgem através das trombas d´água. As piscinas ficam mais profundas também. É só ter atenção nas chuvas fortes e aproveitar esse paraíso no sol.

As águas rasas permitiam chegar andando em baixo da cachoeira


A Cachoeira da Muralha forma um parque aquático natural


MEU ROTEIRO


Roteiro completo: CHAPADA DOS VEADEIROS

Próximo: SERTÃO ZEN


Comentários

  1. Reportagem mto Boa , gostei mto e fiquei esclarecido sobre o roteiro de como chegar ao meu destino que seria Garimpinho

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.