Cidades Históricas de MG: Os 12 Profetas de Congonhas

Sob os olhos das estátuas de Aleijadinho


Terminada a exploração pela cidade de Mariana, o próximo e último objetivo em MG foi Congonhas, a cidade de Minas onde está localizada a mais impressionante obra de Aleijadinho, os 12 profetas do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.


CHEGADA NA CIDADE

Com a estrada bem sinalizada e apenas a 48 Km de distância, não foi problema chegar na cidade de Congonhas. Depois de entrar no perímetro urbano e subir o morro atrás das placas direcionando à basílica, chega-se no local posicionado no ponto alto da cidade.

Em frente à rodoviária da cidade está uma placa de boas vindas do Rotary


Avistando o tom negro de uma autêntica nuvem Cumulus Nimbus se aproximando, a máquina fotográfica entrou em ação para registrar a imagem dos profetas esculpidos em pedra sabão. A chuva chegou e ajudou a espantar os poucos turistas do local propiciando espaços vazios para minhas fotografias, afinal sempre ando com meu poncho impermeável para ficar "à prova de chuva".

Chegada ao Santuário de Bom Jesus de Matosinhos


O céu fecha em trevas anunciando uma tempestade


OS 12 PROFETAS

Uma placa pertencente ao projeto da Estrada Real explica que o trabalho foi realizado no período de 1800 a 1805, todo feito de pedra sabão por Antonio Francisco Lisboa, com 12 estátuas de profetas bíblicos e cada um deles segura um pergaminho com uma mensagem de profecia.

Cada profeta leva uma mensagem escrita em latim


Um dos profetas representados é Ezequiel que teve a visão de quatro animais no meio das chamas e "terríveis rodas" que são traduzidas como OVNIs por alguns entusiastas da teoria dos antigos astronautas. 

Ezequiel, aquele que fez uma polêmica profecia de 4 animais entre chamas e rodas


Os profetas são considerados o melhor trabalho de Aleijadinho na escultura e até hoje estão sujeitas a diversas interpretações a respeito da inspiração dele, inclusive que teria concebido como alegorias dos Inconfidentes, identificando cada um deles com um dos personagens mais destacados da conspiração mineira.

O profeta Isaías (foto) e Jeremias guardam a entrada da basílica


Jonas, o profeta que foi engolido e passou 3 dias e 3 noites no ventre de uma baleia


O santuário foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985 e patrimônio histórico nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1939. Em 1957 o Vaticano elevou a igreja à basílica menor.

Pórtico da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos


Abdias, o mais antigo dos profetas, aponta para os céus 


Para facilitar a identificação da posição das estátuas, confira o croqui abaixo: 1) Isaías, 2) Jeremias, 3) Baruc, 4) Ezequiel, 5) Daniel, 6) Oseias, 7) Joel, 8) Amós, 9) Abdias, 10) Habacuc, 11) Jonas e 12) Naum


PASSOS DA PAIXÃO DE CRISTO

Ainda pude conferir os seis “Passos” localizados em frente à Basílica, na descida da rua de paralelepípedos. Os paços possuem estátuas que retratam a história de Cristo segundo a Igreja Católica. Por ser uma segunda-feira, os Passos estavam fechados, mas sem problemas para visualizar o seu interior através das grades. Inclusive, o acesso ao interior da basílica também fecha às segundas.

6 capelas na área do santuário


São mais 66 estátuas que compõem o conjunto, divididas em seis capelas, que apresentam os Passos da Paixão e foram construídas bem depois de terminada a igreja. São as seguintes: Capela 1 - A Última Ceia; Capela 2 - Agonia no Horto das Oliveiras; Capela 3 - Prisão de Jesus Capela; 4 - Flagelação e Coroação de Espinhos; Capela 5 - Subida do Calvário (Carregamento da Cruz) e Capela 6 - Crucificação.

Versão da Última Ceia na primeira capela


A crucificação na sexta capela 


A subida no calvário representada na quinta capela


DESPEDIDA DA CIDADE

Depois de passar pelas lojinhas de artesanato em volta do Santuário de Bom Jesus dos Matosinhos, era hora do último desafio: retornar ao Rio de Janeiro debaixo da chuva que caía nas estradas de Minas.

Artesanatos em pedra sabão e cerâmica com miniaturas dos profetas


Será que o retorno seria tranquilo depois de toda essa aventura? Talvez, mas como eu estava envolvido na empreitada, tinha mais coisa por vir...


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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.